Professor será julgado por acidente que matou casal de idosos em Aracruz

A Justiça acolheu a denúncia do Ministério Público (MPES) e tornou réu o professor da Prefeitura da Serra, Yuri Oliveira Souza, de 25 anos, acusado de provocar o acidente que causou a morte do casal Alberto João Maestrini, de 83 anos, e Lúcia Maria Cerchi Maestrini, de 79 anos, na manhã do dia 8 de setembro do ano passado, na ES 257, em Aracruz.
A decisão, datada de 11 de abril deste ano, e obtida pela reportagem nesta segunda-feira (2), é assinada juíza Lara Carrera Arrabal Klein.
A Polícia Civil, no momento do indiciamento, e o Ministério Público, ao apresentar a denúncia, solicitaram à Justiça a prisão preventiva do acusado, pela prática dos crimes de homicídio qualificado, embriaguez ao volante e por isentar-se da responsabilidade do crime.
No entanto, a juíza Lara Carrera Arrabal Klein, que na decisão de recebimento da denúncia afirmou que "há indícios de autoria e materialidade", negou os pedidos de prisão. “Após examinar os autos, verifico que as medidas cautelares diversas da prisão, por ora, se mostram suficientes ao presente caso”, afirmou a magistrada. Veja as medidas cautelares impostas:
- Proibição de frequentar bares, botequins, casas de show e congêneres;
- Proibição de manter contato com as testemunhas e demais envolvidos no processo;
- Proibição de se ausentar da comarca sem autorização judicial;
- Recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga entre o período de 22h às 06h.
A decisão também acolheu a denúncia contra Tayla Coimbra da Silva, de 21 anos, que igualmente se tornou ré, acusada de prestar declarações falsas durante a fase do inquérito, para beneficiar o denunciado Yuri Oliveira Souza.
A conduta, segundo a Justiça, evidencia o risco de interferência na produção de provas e na instrução criminal. Tayla também está submetida às mesmas medidas cautelares impostas a Yuri. Fontes do judiciário informaram que, caso essas medidas sejam descumpridas, poderá ser decretada a prisão preventiva.
Por fim, a decisão judicial marca para o dia 18 de junho de 2026, às 14h30, a Audiência de Instrução e Julgamento (AIJ) do caso, que, de acordo com fontes do judiciário, é o momento em que as partes apresentam provas e argumentos para esclarecer os fatos e subsidiar a decisão final do juiz.
"Trata-se de um ato no qual são produzidas provas orais, como depoimentos e testemunhos, e as partes podem apresentar suas alegações finais", informou uma das fontes consultadas pela reportagem.